sábado, 14 de março de 2009

O papo agora é “Racional”: com o rapper Renegado


Por Roger Deff
Fundador do NUC, um dos mais antigos grupos de rap da capital mineira, Flávio de Abreu Lourenço ficou conhecido na cena local como Renegado. Recentemente o rapper iniciou seu trabalho solo e atualmente é um dos artistas belo horizontinos de maior destaque no país. Num bate-papo bem ao estilo ping-pong, Renegado, que também é convidado do Tributo ao Racional Tim Maia este ano, falou da importância da música do síndico (o saudoso Sebastião Rodrigues Maia) e, óbvio, do Tim Maia Racional.


Fala aí Renegado, já que o papo é sobre o Tim e sua fase Racional, fale um pouco do seu primeiro contato com este trabalho.


Renegado - Bom, o meu primeiro contato foi através da música “O homem na estrada” do Racionais Mcs, em que eles samplearam “Ela Partiu “ que está no Tim Maia Racional. Só que na época eu não fazia a menor idéia que aquilo era do Tim Maia. Eu sempre tive acesso ao trabalho mais pop, às coisas mais populares, já que minha mãe sempre ouvia em casa, então passei boa parte da minha vida ouvindo as músicas dele. Há mais ou menos oito anos atrás, quando comecei a pesquisar pra fazer meus beats, acabei descobrindo o Tim Maia Racional na íntegra. Toda aquela sonoridade groovada e tudo, eu já gostava mais aí tive certeza da genialidade do cara.


Pois é, são discos bem peculiares, até porque tem a questão do tema, sempre falando da filosofia racional e tudo...

Renegado - Sim, é verdade, mas o que me toca é a questão da genialidade musical dele. É um cara intenso, e nestes álbuns você tem a oportunidade de ouvir ele inteiro, livre das drogas como esteve poucas vezes, eu acho. É um trabalho forte, feito com sentimento. Ali ele tava falando de uma parada que estava realmente dentro dele. É algo que não dá pra explicar. Enfim, é o Tim Maia.


E como você avalia a importância deste Tributo à fase “exotérica” do Tim?

Renegado - Acho massa demais mano. Até porque sempre homenageiam artistas mais elitizados, como Tom Jobim e o Vinícius de Morais, já o Tim Maia é um cara do povão, um músico popular. E o tributo faz uma homenagem mais do que merecida ao trabalho, principalmente por resgatar uma fase pouco conhecida do grande público. O Tim não é um músico de uma ou algumas músicas, é um músico de obras. Acho importante apresentar o que ele produziu às pessoas de uma forma geral.


Este ano você participa do Tributo. Como está a expectativa?

Renegado -
Mano, tô feliz pra caramba com o convite, principalmente por se tratar dos caras do Black Sonora, que têm uma correria intensa. Massa mesmo, e é uma festa bacana demais, maior prazer em participar.


Já sabe qual música do “racional” você vai fazer?

Renegado -
Tenho algumas idéias, mas vamos definir melhor depois do ensaio. Mas a vibe já ta rolando.


Então, até o Tributo.
Renegado -
Até lá.

Roger Deff é vocal do Julgamento, jornalista, leitor de Hqs e, claro, ouvinte compulsivo do Tim Maia

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